Contra ‘alucinações’, startup WeClever aposta em tecnologia para checar se a IA está correta

 

O uso de inteligência artificial (IA) para o atendimento ao consumidor já virou rotina.

Quem entra em contato com empresas no WhatsApp ou no Instagram está acostumado com respostas automáticas geradas por robôs virtuais, também conhecidos por chatbots.

O desafio de quem investe em robôs virtuais para atendimento ao público é o de garantir a mesma qualidade de serviço.

Não é raro os sistemas de IA voltados ao consumidor final e base de boa parte dos chatbots existentes no mercado, como o ChatGPT, darem uma ‘rateada’ no serviço de vez em quando.

A sucessão de respostas incompletas, ou mesmo erradas, dadas pela IA já tem até nome — são as ‘alucinações’ — e são um desafio e tanto para as empresas que investem em chatbots.

Hoje, menos de 5% das conversas feitas pelos robôs virtuais no WhatsApp ou Instagram têm algum tipo de monitoramento por parte de humanos ou de outras máquinas.

Trata-se de um trabalhão. A auditoria de 40.000 atendimentos por um time de 10 pessoas demandaria mais de 5.000 horas de trabalho — algo como dois meses.

O que faz a WeClever

A conta é da WeClever, empresa de São Paulo dedicada à tecnologia de marketing conversacional por IA, a exemplo dos chatbots.

Em função disso, a WeClever está lançando um módulo na sua plataforma para auditoria de 100% das conversas mantidas pela IA.

O novo sistema serve como um painel para acompanhamento em tempo real do número de interações feitas pela IA.

As mensagens com alguma suspeita de terem saído do padrão vão direto para um escaninho virtual para um humano checar o que está acontecendo.

Pelo sistema, é possível bolar critérios para sinalizar à IA quando ela está fazendo um bom trabalho, e, portanto, deve continuar agindo daquela maneira. Além disso, indica quando ela está mandando mal — e, por isso, deve rever o curso.

“Essa eficiência permite que as equipes se concentrem em atividades estratégicas”, diz Rodolfo Reis, CEO e fundador da WeClever.

“Além disso, com alertas preditivos em tempo real, eles identificam e corrigem desvios antes que se tornem problemas, elevando significativamente a qualidade do atendimento.”

Reis fundou a WeClever em 2020, após a venda do seu primeiro empreendimento, o clube de assinatura de literatura infantil Leiturinha, à Movile, dona de aplicativos como o de delivery iFood.

Além dele, são sócios da WeClever Ana Carla Abreu, Daniel Merli e Otávio Limão.

Entre os clientes da WeClever estão nomes consolidados com comércio eletrônico brasileiro, como a loja online CantuStore, de pneus.

Nas contas da empresa, em quatro anos mais de 11 milhões de consumidores já interagiram com os robôs virtuais feitos pela WeClever para seus clientes.

A média de conversão dessas conversas em vendas foi de 37%. No acumulado, a interação via IA gerou 600 milhões de reais em receita incremental para os clientes da WeClever.

Em 2023, a empresa teve receita operacional líquida de 16,5 milhões de reais, alta de 38,47% em 12 meses. O resultado a garantiu a posição 88 entre as empresas que mais crescem no país na faixa entre 5 a 30 milhões de reais de faturamento.

Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 12h58.

Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 16h07.

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