Depois de ser indicada ao Prêmio Jabuti, arte feita por inteligência artificial é desclassificada

A edição de “Frankenstein” foi publicada pelo Clube de Literatura Clássica. As ilustrações foram feitas por uma ferramenta de IA chamada Midjourney

Câmara Brasileira do Livro (CBL), organizadora do Prêmio Jabuti, anunciou a desclassificação da edição de “Frankenstein” que concorria na categoria de Ilustração.

motivo da exclusão, conforme divulgado pela CBL nesta sexta-feira, 10, é o uso de uma ferramenta de inteligência artificial (IA) na criação das imagens. A decisão surge em um contexto onde o uso de IA na produção artística gera debates globais, especialmente em relação aos direitos autorais.

 

A CBL esclareceu que o regulamento do prêmio não previa a avaliação de obras produzidas com auxílio de IA, levando a curadoria a deliberar sobre este caso inédito. A organização também destacou que a inclusão de ferramentas de IA nas regras será discutida para futuras edições do prêmio.

Vicente Pessôa, designer responsável pelas ilustrações de “Frankenstein”, utilizou a ferramenta de IA Midjourney para criar as imagens. A obra, publicada pelo Clube de Literatura Clássica, estava entre os indicados ao Jabuti, revelados na quinta-feira (9). Pessôa concorria ao lado de ilustradores como André Neves, Bruna Ximenes, entre outros.

 
 

A revelação de que as ilustrações eram parcialmente criadas por IA causou controvérsia. André Dahmer, cartunista e jurado do prêmio, expressou em uma rede social que desconhecia o uso de IA na obra. Ele afirmou que teria avaliado o livro diferentemente se estivesse ciente da coautoria de uma ferramenta de IA. Dahmer também ressaltou a ausência de má fé na inscrição da obra, citando a menção da coautoria de “Vicente Pessôa e Midjourney” na ficha catalográfica do livro.

 
 

Os finalistas das diversas categorias do Prêmio Jabuti serão anunciados no dia 21 de novembro, com a cerimônia de premiação programada para 5 de dezembro no Theatro Municipal de São Paulo, com transmissão online. A desclassificação de “Frankenstein” abre um precedente importante para a discussão sobre o papel da IA na criação artística e literária, um tema que promete ser central nas próximas edições do prêmio.

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